ARQUITETURA VERNÁCULA E POPULAR
Ybipitanga, do tupi "terra avermelhada",
envolve projetos de extensão e cultura e de pesquisa do curso de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus Goiás da UFG, atuando na perspectiva de um Escritório Público de Arquitetura e Urbanismo. A atuação é voltada exclusivamente para os moradores residentes nas áreas tombada e de entorno na cidade de Goiás, em situação de vulnerabilidade social¹, cujos imóveis apresentam arcabouço de técnicas construtivas tradicionais.
Leva-se em conta que o Decreto-Lei 25/37 exige a regularização de qualquer intervenção em bem tombado junto aos órgãos de preservação e que o trabalho técnico especializado em arquitetura para este processo é inacessível para parte significativa da população. Faz parte do arcabouço a Lei 11.888 que garante assessoria técnica em arquitetura e urbanismo para famílias que recebem até três salários mínimos.
Diante disso, o Ybipitanga presta serviços técnicos para famílias que queiram promover melhorias habitacionais, contribuindo para valorização e conservação do patrimônio edificado de Goiás, reconhecido Patrimônio Mundial. Acreditamos que é possível reforçar o vínculo dos moradores com o patrimônio cultural edificado e habitado através das melhorias habitacionais, assegurando o respeito técnico e sensível aos sistemas construtivos vernaculares e às características próprias referentes aos valores atribuídos pelo tombamento.
O projeto está inserido no Programa Conviver do Governo Federal que, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é responsável por implantar o Canteiro Modelo de Conservação de Goiás: o CANTEIRO MODELO VILA BOA. Possui Cooperação Técnica entre a UFG, a Superintendência do IPHAN em Goiás e a Prefeitura Municipal de Goiás.
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Brasil, 1937.
BRASIL. Lei nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008. Assegura Assistência Técnica Pública e Gratuita. 2008.
LEITE, Rogerio Proença; CORRÊA, Sandra Rafaela Magalhães. Centros históricos no Brasil: um olhar a partir do censo demográfico. In: Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 25, n. 57, pp. 443-465, maio/ago, 2023.
Notas
1. Leite e Corrêa (2023) em estudo recente apontaram que o perfil populacional dos moradores de sítios urbanos tombados é predominantemente vulnerável socioeconomicamente; em Goiás, o percentual de famílias com baixa renda que reside nas áreas protegidas é de 77,7%.
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